Parto normal ou cesárea = Foco voltado para direção Errada! Por: Priscilla Pimentel

PARTO NORMAL OU CESÁREA = O FOCO VOLTADO PARA DIREÇÃO ERRADA! Por: Priscilla Pimentel

Imagina, uma mãe saudável, que pensa em fazer parto normal, mas seu bebê não está numa posição favorável. Ela questiona o médico, indagando sobre uma possível cesariana, mas o médico, defensor do parto humanizado, diz que o parto normal é o melhor pra mãe e p/ o bebê e que a posição do bebê não era impedimento, que só seria mais difícil o trabalho de parto.

Parto normal ou cesárea = Foco voltado para direção Errada!

Pois bem, o trabalho de parto não foi tão ruim assim, durou apenas 3h. Quem diria??? Mas o período expulsório, ao contrário do que todos imaginavam, não foi tão fácil… Digamos que o médico teve que colocar a mão entre as membranas do saco amniótico e a parede do útero e empurrar as paredes do útero, para ver se induzia o parto. Essa manobra é considerada aceitável, geralmente uma vez basta, porque funciona e também dói muito. Digamos que o médico fez isso umas 20 vezes ou mais, no desespero… não funcionou.

A mãe, desesperada, quase morre, clama a Deus por socorro… Já não era mais possível fazer a cesariana. Na sala de parto estava uma outra equipe médica, outro obstetra que tenta ajudar e fazer com você posições de malabarismo, que ninguém se julga capaz de fazer em tal situação… anestesista de plantão, várias enfermeiras… muita tensão. Seu marido ali, o único que parecia estar calmo e querer passar tranquilidade e confiança pra mãe, ele passou a ser a força que ela não tinha mais. A exaustão era profunda, desespero na cara de todos. Horas se passaram e ela começa a escutar o clamor a Deus, desesperado, de sua mãe lá no corredor do hospital.

Seu marido entra na banheira com ela, segura a corda pra ela pendurar, está ao lado dela na barra para agachar, faz massagem nela quando esta de cócoras… e esse ciclo se repete várias vezes… Ela olha pra ele, e ele: “Vai amor, você vai conseguir…”.

Resumindo, o bebê nasceu, saudável, faminto… A mãe, desfaleceu, tremia de quicar na maca… “mãe, mãe, sua filha nasceu!” , o médico tentava acordá-la. Mas ela não conseguiu presenciar esse momento mágico.

Uma semana depois a mãe volta pra casa, o bebê, hoje, tem 10 meses… A mãe? Ainda em tratamento, o parto deixou sequelas.
No dia 21 de setembro essa mãe vai poder comemorar um ano de vida de seu bebê e também o seu ano de vida após o parto, pois, segundo outros médicos que acompanharam o seu pós-parto, ela nasceu de novo. Deus deu uma chance para que ela pudesse continuar sua vida e ver sua filha crescer.

Essa mãe sou eu, mato um leão por dia, enfrento meus medos e consequências que esse parto me trouxe até hoje, todo os dias há algo que preciso passar por cima, inclusive a culpa que não tive.

Hoje, eu não comemoro o meu parto normal, não comemoro não poder passar as primeiras semanas da minha filha ao lado dela com o prazer de ter me tornado mãe, muito menos, não comemoro uma amamentação que não pude dar.

Hoje eu comemoro a vida, a dela e a minha. Um pedaço de mim que alegra meus dias e deu sentido pra minha existência.
O tipo de parto está virando uma ideologia, quando deveria girar em torno do bem estar da mãe e do bebê.

Não sou contra o parto normal, ainda tenho mais medo da cesariana, mas se eu pudesse prever o futuro, esta última seria a minha primeira opção.

Somos livres e essa é uma escolha pessoal, não tem que ser alvo de discussão.

Concordo com uma amiga quando diz que muitas pessoas estão com valores invertidos, estão comemorando o tipo de parto e não a vida!

Créditos: Priscilla Pimentel

A equipe Pikuruxo agradece a gentileza e sensibilidade da Priscilla por escrever algo tão tocante, esclarecedor e por dividir conosco tanta sensibilidade.

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